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    Eu sou Maria Antonia Ferreira - uai sô!!! Sou Thonhafe ... Tonha Ferreira... Tonha do Ziu... assim Eu Sou na arte de viver e transmutar!

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Nasci na antiga fazenda Estiva em Araújos-MG, filha de lavrador e costureira que me ensinaram a ser livre, assim eu sou. Andava algumas léguas para chegar ao grupo escolar, e lá estava eu, mesmo suja de barro! Num piscar de olhos pulei de uma vida rural a operária de lapidação de pedras ainda criança- o dia de amanhã é sempre imprevisível–! Parti para a capital mineira! Me enchi de coragem, cursei faculdade de História, conheci a arte de atuar no ensinar...aprender. Como professora me descobri – tirei o cobertor-. Experimentei o novo, comecei a colocar para fora habilidades que estavam presas dentro de mim, dei chance aos alunos de experimentar dentro e fora da sala de aula- se sentiam livres para criar-, cresci e muito aprendi com sua lealdade e alegria. 

 

Juntos fizemos nascer hortaliças e flores em meio ao matagal, contavam suas histórias pois sentiam parte dela e tudo era representado em peças teatrais, letras musicais, revistas e muito mais, viajávamos muito! Todos eram convidados a ver a mágica magia do ato de ensinar e aprender. Mas a métrica era outra, adoeci, já era hora de novo experimentar! Então aqui estou de novo brincando e experimentando a arte de viver- no pintar, no escrever, no transgredir a ordem da ordem que não foi ordem de ninguém-. Agarrei à coragem e com simplicidade tudo flui ...a água corre, ordem da vida, tudo brota dela!

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Em todas coisas que faço e fiz, vejo e percebo hoje, que não sigo uma ordem “filosófica” de vida, para não falar repetitiva, cheia de normas e regras pré-determinadas, tudo acontece e acontecia como num passe de mágica ou se preferirem, pequenos milagres. Lembro que desde menina via o que não era ou não podia ser visto, passei a ter medo, medo de ser eu mesma, talvez! Muita repressão e medo!? Não sei. Aos poucos na cidade grande fui me estabelecendo, a cobrança continuava- diziam a más línguas que mulher tinha de casar-, me casei... tive uma filha, me separei! Me casei novamente, tive uma nova filha, me separei! Me casei novamente tive outra filha, me separei! Estava à procura, talvez de eu mesma! Me encontrei e me encontro brincando, experimentando, sendo. Hoje tenho uma neta, filhas maravilhosas e um novo companheiro que juntos dividem comigo a arte de viver pela arte do viver por todos os cantos, com muito amor e esplendor.

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Vários caminhos percorri, sei bem como cheguei aqui, sigo o fluxo da vida, observo, muitos são os que me ensinam, estou sempre em alerta. Andei e ando, sou mãe, avó, professora...escritora...pintora...- assim me considero-.  Segui e ainda sigo uma certa lógica subjetiva de viver. Faço como consigo fazer! Apenas faço. As ideias surgem e não as deixo fugir, então pulam como mágica para o papel, tela ou por todo canto, onde estou. Eu sou o que eu sou, simples assim, brinco criando. Tudo me parece sereno, épico, doce, pleno de pureza, acredito na transmutação do ser. Acho mesmo é que eu sou esta métrica sem métrica, essa forma sem forma! Eu sou e estou em tudo que crio, e estas criações são como o espelho a me refletir! Ou talvez, apenas lampejos de um ser que mora escondido dentro de mim...de nós!? Libertes que serás libertado! Seja sempre você mesmo, mas não seja sempre o mesmo! Como já dizia o poeta: “Acorde! Um minuto e acabou”.     

                   

Então, ando, canto, pinto, conto, ensino, aprendo, resisto... brinco em busca de um novo canto, experimentando a arte de viver, giro pelas escolas da vida- museus, salas, teatros, praças, viadutos, ruas, avenidas, rodovias...voando por esse mundão sem fim...   

                                      “Resistência Pura”!

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O que escrevo -em meus delírios- e pinto, são desabafos- gritos de nostalgia...gritos na multidão pela gratidão da arte de viver, ou apenas suspiros pra resistir, sei lá! Sei que busco o brilho das flores, uma forma sem forma, na beleza de ser, apenas ser.  Nessa beleza me encontro, vejo, percebo, curo, transmuto e no vai e vem de imagens e cores encontro cantos cheios de encantos que saltam de dentro de mim. Simples assim! Faça acontecer, tenha coragem, resista!

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 Continuo brincando de criar na magia do fogo da maga terra, na magia do ar da maga água e pela vida -bato asas- quebrando rituais, descolorindo as cores, desmitificando os mitos, desmoralizando a moral, desinformando as formas, desucateando a sucata, desimbolizando os símbolos! Na simplicidade da arte de brincar, eu sou o que eu sou, tirei o cobertor!

 

Morei muitos anos no Bairro Santa Tereza em Belo Horizonte -"Casa dos artistas"- assim denominada pela vizinhança. Casa essa que recebia artistas que ali pousavam, ensaiavam e durante anos abriamos a casa para apresentação pública de grupos da música, do teatro, da poesia, das artes plásticas e dança Arte no Solar Thonhafé, onde surgiu a idéia da Famifeartes, formou-se alí o grupo musical Café Apoena encabeçado pelo compositor Hivanir Lopes que musicou vários poemas dos meus cadernos manuscritos: Delírios do corpo, Delírios da mente, Delírios da alma, Delírios emocionais, Delírios astrais e espirituais. O grupo foi apoiado pela violoncelista Larissa Mattos que também passou a participar do processo de criação musical ajudando com arranjos e composições. Café Apoena se desmembrou, e hoje, eu em parceria com Hivanir Lopes, levamos para onde quer que estejamos a arte de encantar pelas ruas, avenidas, praças e viadutos - desse mundão divino - diretamente ao público transeunte.

 

   Estamos itinerante em constante busca de um novo canto, conto, encanto. A arte tem que ir aonde o povo está!!!

 

Luz violeta e dourada no coração de todos...